21/06/1989
[noite, saindo do IBRAPSI, em Botafogo]
vou pro Estação
depois, vou pegar Kanaan na saída do alemão
ou vou para casa
porque não existe um lugar legal aqui nessa cidade onde eu possa sentar sozinha
e não há táxi que me leve para Santa em paz, sem negociar, sem conversas
acho que sinto falta da tal individualidade que o Da Matta proclama ter encontrado em Notre Dame
............
fui andando até o Estação
não me aproximei do bar
li cartazes
li trechos do Diário de V. Woolf.
vim pro Largo
.......
em frente ao curso de alemão
tem um cara meio morto na calçada
um birosca de cachorro quente
entre nós
foi embora,
uma ambulância
vermelha, enorme, levou
talvez não esteja morto
na livraria
entre títulos e orelhas
cruzam palavras no ar:
facada, morte
(e risos).
................
um casal atravessa a rua
ela, gordinha, de jogging de usar em casa
ele, bermuda, casaco de camuflagem, chinelo adidas e cabelo raspado
vêm reclamar pro PM que uns caras estavam dando uma de polícia
pra cima de uns pivetes que estavam cheirando alguma coisa na esquinaEditar postagens
a mulher dá um esporro
sai dando a última palavra "isso é uma vergonha!"
(típico de mulher)
o guarda traga com força a bagana de cigarro e dá de ombros
conversa com um coroa sentado no canteiro (provavelmente bicheiro)
...............
saem do prédio uns garotões (será musculação?)
um fica,
ao lado de uma moto
sai uma menina
bonitinha, com uma pasta, caretinha,
anti-estilo garotão
diz: "achei que você não ia me esperar" ou algo assim
(ele está com ar de desculpas)
dali a pouco ela passa,
sem óculos,
rindo sozinha,
irradiando
olho para o garotão, que sai arrancando com força, sobre um pedestre:
estava com aquela cara dura
de papelão
que tem os garotões cariocas
não tocados pelas musas
Vou curtir esse blog com entusiasmo.
ResponderExcluirmainha querida
ResponderExcluirto adorando acompanhar o teu blog, e bom voltar no tempo, e conhecer um pouco mais de ti
beijos saudades ro